terça-feira, 22 de maio de 2012

A influência africana na cultura contemporânea brasileira

          Os escravos africanos chegavam ao Brasil através do tráfico negreiro. Ao chegar a seu destino, eram obrigados a trabalhar como escravos em lavouras de cana-de-açúcar, jazidas de metais preciosos, como ouro e diamante em benefício de Portugal. Mesmo tendo que se adaptar aos costumes do novo espaço onde eram obrigados a trabalhar com péssimas condições de vida, não abandonaram suas raízes culturais. Essa “fidelidade” deixou resquícios que contribuíram para a formação atual da diversificada cultura brasileira.
         
Naturalizados pelo animismo, os africanos logo que desembarcavam nos portos eram batizados e recebiam nomes cristãos (João, José, Lucas e etc.) sendo obrigados a seguir a religião da coroa portuguesa, mas muitos mantinham seus cultos africanos escondidos, já que de acordo com a primeira constituição ,promulgada em 1888, o catolicismo era considerado a religião oficial da colônia, sendo outros cultos permitidos desde que não houvessem templos ou locais de adoração.De qualquer forma,as religiões afro-brasileiras continuavam na ilegalidade e sob perseguição uma vez que não eram consideradas religiões pelos europeus.
         
Muitos habitantes do norte da África chegavam ao Brasil cultuando o islamismo. Tais negros desembarcaram principalmente nas cidades de Salvador e compunham o grupo étnico mais perseguido pelas autoridades devido as constantes rebeliões incitadas pelos mesmos.
         
Na época do escravismo, havia também lideres religiosos, os quais acreditava-se que eram capazes de lidar com o sobrenatural. Esses eram os curandeiros, procurados pelos africanos para tratar de alguma doença física ou mental. Acreditava-se também que os mortos agiam para proteger os vivos de doenças e espíritos malignos, uma vez que o elo com os vivos não se rompia após a morte. Tal crença é bem comum no Brasil atualmente.
         
As religiões afro-brasileiras expandiram-se pela sua capacidade de atrair pessoas, inclusive, brancas e livres. A presença dessas pessoas caiu como uma luva, pois aproveitaram desse envolvimento para conseguir respeito e segurança.
         
A expansão do candomblé ocorreu em 1888, porém continuava a ser perseguido por policiais e sofrendo preconceito. Após muita luta contra essa barreira montada pela coroa, a partir de 1976 os candomblés foram permitidos a cultuar seus orixás livremente, sem preocupações ou restrições. Essa expansão e consequente liberação de culto resultaram na adoção do candomblé como religião oficial por parte de grande numero de brasileiros, em torno de três milhões habitantes.

          Na época da escravidão, a arte e a religião estavam muito ligadas uma com a outra. Na África, cada Orixá tinha suas cores, suas músicas, suas danças e tudo isso tinha um significado e fazia parte de determinados rituais. Para quem não sabe, Orixás são semideuses criados pelo deus supremo Olorun, para proteger todos os elementos da natureza. Os artistas africanos usavam sua criatividade para pintar e esculpir imagens de Orixás e divindades, já que as pinturas e esculturas dos deuses e semideuses (Orixás e divindades) não seguiam uma forma padrão. Mas não é porque os artistas africanos podiam usar a criatividade, que eles iam pintar qualquer coisa para representá-los. Os africanos tinham de ser fiéis as características e feições mágicas de cada divindade e Orixá.
          Muitas igrejas no estado de Minas Gerais foram ornamentadas por pintores, entalhadores e douradores africanos. Executavam um trabalho manual, e já que havia muito preconceito nessa época, a maioria da população recusava essas atividades. Com isso, muitos escravos brilharam com seus talentos e criatividade. Alguns ficaram famosos esculpindo imagens de santos, santas e anjos. Como exemplo temos Antônio Francisco Lisboa, nascido em Vila Rica, hoje conhecida como Ouro Preto, Minas Gerais. Lisboa era filho de um mestre de obras português e de uma escrava africana. Por questão de uma doença que comprometeu o movimento de suas mãos e seus pés, Lisboa pintava e esculpia com as ferramentas amarradas nas mãos. Após essa doença, Lisboa ficou conhecido como Aleijadinho. Mesmo ficando famoso, Aleijadinho morreu pobre e abandonado.
          Outro escultor e pintor famoso foi Valentim da Fonseca e Silva, que também era filho de mãe escrava. Valentim realizou vários trabalhos de talhas douradas em igrejas cariocas. Assim como Aleijadinho, introduziu inovações na forma de pintar e esculpir, não se submetendo aos modelos de representação europeus.


          Havia também escravos e filhos de escravos que se tornavam músicos no interior das igrejas. Muitos desses músicos fizeram fama em Minas Gerais. Um deles foi Antônio de Sousa Lobo, que se destacou como grande compositor no século XVIII,e seu grupo de músicos havia até um lugar certo onde tocar, que eram em grandes festas em Vila Rica. Como sempre, havia os preconceituosos que falavam que os africanos usavam as músicas sacras introduzindo elementos da musicalidade africana.
          Com todas essas obras africanas, não foram só as igrejas que passaram a comprá-las, os governos e particulares também passaram a comprar com frequência muitas obras feitas por artistas africanos para decorarem suas mansões. Além disso, foi aberta no Rio de Janeiro, uma academia de artes, mas, poucos africanos conseguiram entrar para essa academia. Entre eles estão os irmãos João Timoteo da Costa e Artur Timoteo da Costa, Antônio Rafael Pinto Bandeira, Horácio da Hora, entre outros.
          Após o fim da escravidão, o panorama da arte brasileira mudou bastante. Uma grande mudança foi que houve uma maior aceitação nas academias de artes. Muitos artistas negros e brancos foram conquistando liberdade de expressão, inclusive de dialogar sobre as temáticas e influências africanas.

Abaixo falaremos um pouco sobre dois artistas que representaram os novos tempos:
  • Heitor dos Prazeres – Nasceu no Rio de Janeiro. Era cantor, compositor e pintor. Sambas e marchinhas compostas por ele ganharam projeção nacional. Foi após a morte de sua esposa que Heitor começou sua carreira de pintor, tendo assim, um reconhecimento internacional. Suas obras mostravam os morros cariocas e o samba com tons fortes.

  • Deoscóredes Maximiliano dos Santos – Nasceu em Salvador, Bahia. Era artista plástico, escritor e sacerdote afro-brasileiro. Suas obras estavam cheias de sentidos e visões do sagrado. Reconhecido mundialmente, suas obras representam os valores civilizatórios da cultura e da religiosidade afro-brasileira.


10 comentários:

  1. ajudou muito no meu trabalho! Parabens turma C
    bjos

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  2. adorei a iniciativa desse colegio de promover esse projeto!!
    adorei mesmo,me ajudou bastante na pesquisa escolar que tenho

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  3. Ana Gabriela Guimarães

    Bom trabalho galera!! Esse blog vai nos ajudar bastante no projeto!

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  4. Acho que esse post ajuda muito a mostrar a influencia que a cultura africana tem sobre a cultura brasileira! Além de mostrar que, mesmo não tendo muito reconhecimento, a cultura africana está viva e presente no Brasil.
    Katharina Soria - n°15 - Turma C

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  5. eu gosto muito da cultura africana

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  6. Estão de parabéns texto realmente interessante, adorei lê-lo

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  7. A África apesar ser tbm influencia para o Brasil,sem ela nem samba existiam e tbm as sua culturas e as artes

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